A IA e processo preditivo

Uma aplicação relevante

O Homem sempre buscou formas de eliminar as incertezas em relação ao futuro. Neste sentido, por causa do poder de antecipar os fatos, surgiu uma classe elitizada de pessoas, que detinham a capacidade “sobrenatural” de estimar os eventos, os chamados Oráculos.

O filme 300 retrata a consulta de Leônidas, rei de Esparta, aos Oráculos antes de enfrentar o grande exército persa, com o objetivo de saber o futuro.

Com o mesmo objetivo, reis medievais buscaram orientações sobre a predição com estudiosos, dentre estes, o mais famoso foi Nostradamus. Ele impressionou monarcas da França com suas previsões e foi nomeado sucessivamente como conselheiro pelos reis: Henrique II, Francisco II e Carlos IX, que buscavam saber sobre o futuro.

Na atualidade, a predição não está tão relacionada ao divino, mas continua influenciando o processo de tomada de decisão dos principais líderes globais.

Este artigo tem o objetivo de explorar a capacidade de prognosticar o futuro, de modo simples e objetivo, integrando conhecimentos da área de Análise Preditiva e Teoria de Grafos, com a finalidade de apresentar uma metodologia que viabilize a redução das incertezas sobre os eventos futuros.

A definição de predição segundo o dicionário e consenso geral, é o ato de afirmar com convicção aquilo que poderá acontecer em algum momento futuro.

Entretanto, a capacidade de propor algo é fundamentada na resposta de duas questões basilares, segundo Eric Siegel (2017), o que é preditivo? e o que fazer com isso?

Essas questões são o ponto de partida para a construção da predição. A primeira questão indica o essencial, ou seja, a definição clara do futuro que se deseja construir. A segunda, mostra que a construção do conhecimento deve ser útil.

Assim, a predição será entendida como algo sólido e prático, com potencial transformador para o seu futuro ou de sua organização.

Segundo os pesquisadores Ajay Agrawal, Joshua Gans e Avi Goldfarb (2018), “A predição é o principal componente da tomada de decisão. Ela é o processo de preenchimento de conhecimentos ausentes, utilizando as informações disponíveis, geralmente chamadas de ‘dados’, e as usam para gerar informações que você não tem”.

No processo de construção do futuro, as informações serão produzidas por dados encontrados no passado, ou presente. Elas deverão ser analisadas metodologicamente, com o apoio de processos mentais, ou dependendo, de sua complexidade e volume por modelos incorporados com Inteligência Artificial (IA).

Entende-se por IA:O termo Inteligência Artificial não é tão recente como parece. Em 1956 o professor John McCarthy criou a expressão para referir-se à capacidade das máquinas resolverem problemas que, até então, só poderiam ser solucionados por humanos. O conceito de IA continua o mesmo: a viabilidade das máquinas pensarem como os seres humanos, desenvolvendo a capacidade de aprender, raciocinar, perceber, deliberar e decidir logicamente sobre os fatos. Outro aspecto importante da IA é que, devido à capacidade de aprender, ela precisa ser constantemente alimentada para que possa continuar em evolução, assim como uma pessoa. Por mais complexo que esse processo seja, ele só é possível com o uso de computação simples.

Não existem dúvidas sobre a importância da ligação entre o passado e o presente para a definição do futuro.

Segundo John Kennedy, “A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro”.

A predição só irá funcionar se o analista conseguir definir padrões comportamentais existentes no passado e ratificados no presente. O valor do seu futuro é determinado pela compreensão de seu passado e presente.

Assim, o entendimento do termo ‘base de dados’ torna-se fundamental para o prosseguimento da construção de uma visão holística sobre o referido assunto. Ela pode ser entendida como o conjunto de dados organizados no mesmo contexto para o uso e a construção de conexões. Na prática, refere-se a um banco de informações que contém dados vinculados a diversos temas e classificados de várias maneiras, como também, compartilham entre si todo tipo de relação que se busca.

Frisando a ideia dos autores Anasse Bari, Mohamed Chaouchi e Tommy Jung (2019), que afirmam, “Quando queremos prever um evento com alguma precisão, é necessário conhecer o passado e entender a situação atual”.

Neste sentido, o primeiro passo para a construção do futuro é montar, organizar e analisar uma base de dados e, posteriormente, confrontá-la ao contexto atual, buscando identificar modificações profundas que possam desconsiderar as tendências identificadas no passado.

Segundo Godet (1987), “As tendências referem-se aos eventos cujas perspectivas de comportamento estão suficientemente consolidadas e perceptíveis, a ponto de admitir-se a permanência desse comportamento no período estabelecido”.

Fonte: Livro " O Futuro nos aguarda! Só não precisa ser uma surpresa".