Aprendizado de Propósito Geral

Armas Cibernéticas Não-Convencionais

A Guerra Fria, período marcada pós-Segunda Guerra Mundial até os anos de 1990, foi marcada pela disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética, tendo na corrida armamentista o fiel geopolítico entre o bloco capitalista e socialista.

Neste período, a expressão militar do Poder Nacional foi amplamente desenvolvida tendo uma definição clara entre armamentos convencionais e não-convencionais.

 Na atualidade, o embasamento para a distinção entre estes tipos de armas não é unânime, sendo oportunamente adotado o critério de destruição em massa ou o critério de discriminação vinculado ao poder mortífero incomensurável ou de um mecanismo de ação letal bárbaro.

No contexto da Guerra Morna, identificada no seio das disputas pelo controle do Espaço Cibernético, particularmente travada entre os Estados Unidos e a China, tendo no poder cibernético o centro de gravidade da nova disputa pelo controle global, a questão do desenvolvimento de armamentos convencionais e não-convencionais retoma a atenção da comunidade internacional

Seguindo as tradições da Guerra Fria, a Morna, também, gerou uma corrida armamentista a nível cibernético, tendo na fase inicial o desenvolvimento das armas cibernética convencionais. Essa modalidade de armamento busca identificar vulnerabilidade em sistemas para promover modificações em sua funcionalidade, normalmente capturando dados ou criptografando conteúdos para ações futuras. Contudo, as ações reativas contra as armas cibernéticas convencionais são eficientes na medida em que adotam o protocolo de identificar a vulnerabilidade do sistema, o agente causador da perturbação e por meio da atualização sistêmica, a neutralização da ameaça.

No contexto das armas cibernéticas não-convencionais esse cenário torna-se mais complexo devido à capacidade desta modalidade de armamentos aprenderem sobre suas próprias vulnerabilidades e corrigi-las por meio de um aprendizado de propósito geral (APG). Essa habilidade permite que o vetor de ameaça possua adaptabilidade ao sistema, eliminando o seu rastro de intrusão. Tal capacidade é promovida pela introdução de Inteligência Artificial nos armamento cibernéticos que ao se espalham no sistema alvo, aprendem a detectar e interromper ações para desligá-lo.

Em suma, as armas cibernéticas não-convencionais, fomentadas por meio de aprendizado de propósito geral representam uma evolução preocupante no cenário cibernético. Essas armas utilizam algoritmos avançados de aprendizado de máquina para se adaptarem e explorarem vulnerabilidades em sistemas, podendo ser aplicadas em uma ampla gama de contextos. O risco reside na capacidade dessas armas em aprender continuamente, tornando-se mais sofisticadas e desafiadoras de serem detectadas.

Fonte: Livro "O jogo do Poder no Espaço Cibernético".